Para informações directas sobre o MOFA consulte:
http://www.mofa.go.jp/region/europe/eu/summit/friend0604.html
Desde os anos 80 que o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão tem promovido a visita de jovens europeus ao país, ao abrigo de um programa então designado "Visita de Estudo para a Juventude Europeia". Este programa era posto em prática através das Embaixadas do Japão nos diversos países e o recrutamento dos participantes era feito geralmente em duas etapas: a resposta a um concurso aberto e que exigia a entrega de um ensaio temático redigido em inglês, seguida de entrevistas aos melhores classificados na etapa anterior, para apurar os escolhidos. Alguns procedimentos são diferentes de país para país, mas de modo geral os jovens seleccionados tinham todos demonstrado que o seu interesse pelo Japão era forte o suficiente para beneficiarem desta benesse. Efectivamente o programa representa um grande investimento, visto que suporta a viagem de avião, alojamento, deslocação e muitas actividades que decorrem durante 10 a 12 dias.
Em 2009 eu
fui seleccionada em Portugal. Nesse ano, tal como em anos imediatamente
anteriores, o "Concurso de Ensaios" foi publicitado sobretudo junto de
Universidades. Eu tomei conhecimento do mesmo simplesmente por agarrar
num folheto que se encontrava na Universidade onde estava a fazer o
mestrado. O meu interesse pelo Japão era mais ao nível da arte, cultura
e língua do que ao nível das relações internacionais, política e
economia, pelo que não esperava que o meu ensaio passasse na primeira
fase. Quando fui fazer a entrevista esta foi quase exclusivamente em
inglês, mas eu sentia-me preparada. Já supunha que assim fosse porque o
programa claramente dizia que em todas as etapas da estadia no Japão
estaríamos acompanhados de um guia que falaria connosco em inglês. Uma
vez escolhida, a Embaixada pediu documentação para tratar da minha
viagem até Frankfurt, pois seria nesse aeroporto que ia conhecer os
outros jovens europeus seleccionados nesse ano. Constatei que alguns
países tinham dois ou mesmo três representantes (por exemplo a França ou
a Espanha), enquanto eu era a única de Portugal! Por isso existem
diferenças na forma de gerir o acesso a este programa nos diversos
países.
Não foram tempos de "férias" já que
tínhamos palestras, e em alguns casos mesmo aulas, em espaços do
Ministério dos Negócios Estrangeiros (em Tokyo) ou em Centros de
Aprendizagem para onde nos levavam. Mas existia também tempo para
experiências mais culturais tais como gastronomia, museus, arranjo
floral, teatro kabuki, etc, para onde íamos sempre acompanhados pelo
menos por um dos guias. Nesse sentido, o tempo no Japão não permitiu
muita interacção com japoneses nem praticar língua japonesa, mas por
outro lado demonstrou como um país como o Japão investe na "diplomacia
pessoa a pessoa" (um ramo das relações internacionais) e como estão bem
treinados e são eficientes nisso. As excursões a Kyoto e Osaka também
foram uma mais valia para sairmos de Tokyo e vermos mais do Japão,
usando o comboio-bala (Shinkansen) e pernoitando em alojamentos tradicionais com
banhos termais.
O Programa "Visita de Estudo
para a Juventude Europeia" esteve sem efeitos em Portugal nos últimos
dois anos, fruto de diversas situações tais como mudança de directivas
do MOFA, o terramoto e desastre nuclear de 2011, limitações orçamentais,
etc, mas o MOFA está claramente empenhado em encontrar alternativas,
como se pode ler na página que o link acima indica. Este programa não só
pode voltar a estar activo em Portugal como está ainda em outros
países, dos quais os portugueses podem beneficiar se se encontrarem aí a
residir ou estudar (sucedeu no ano de 2009 que alguns participantes não
eram naturais dos países nos quais tinham sido seleccionados).
O
Programa mais activo é o JET, que tem a ver com o ir para o Japão por 3
anos para se colocar ao serviço do Governo local de uma determinada
Prefeitura. Geralmente isso significa dedicar-se ao ensino de uma língua
(maioritariamente o inglês) numa escola, mas também pode ser trabalhar
em relações internacionais ou treinar uma equipa desportiva. O JET
tem apoio ao nível da viagem, alojamento e ordenado. Para o caso do
ensino de língua são seleccionados falantes nativos de inglês ou pessoas
com certificação que permita ensinar inglês, para os outros casos
depende do currículo e motivação da pessoa na área em que investiu a sua
formação. A experiência profissional anterior não é necessariamente um
factor a favor do candidato, enquanto que a sua idade (menor de 30) e
conhecimento mínimo de língua e cultura japonesa já são.
Para
quem está interessado em executar um trabalho que o/a relaciona com o
Japão de algum modo deve estar atento aos concursos do MOFA dentro do
Japão ou no seu próprio país, e para isso a melhor maneira é entrar em
contacto com a Embaixada do Japão em Portugal.
Se
são jovens empresários, procuram empresas para estagiar, ou querem
trabalhar nas relações internacionais ao nível empresarial recomendo
ainda que consultem um concurso que está em aberto até ao início do
próximo ano, 2014: " EU - Japan Training Programmes". A descrição
sumária diz o seguinte (tradução do inglês): A Comissão Europeia
encoraja as empresas a instalarem-se no mercado japonês. Foram por isso
estabelecidas diversas actividades para dinamizar as exportações para o
Japão e para maximizar as oportunidades de negócio e trabalho.
Podem ver
mais em:
Autoria: Inês C. Matos
(III/CES - Universidade de Coimbra; CHAM - FCSH-UNL)
Comissão organizadora - Namban 南蛮 1543-2013
(III/CES - Universidade de Coimbra; CHAM - FCSH-UNL)
Comissão organizadora - Namban 南蛮 1543-2013