quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

'Portugal, Jesuits and Japan'



 

  
   Boston recebe exposição inovadora sobre as relações culturais entre Portugal e o Japão


  O McMullen Museum of Art no Boston College, EUA, inaugurou a 16 de Fevereiro a exposição “Portugal, os Jesuítas e o Japão: Crenças Espirituais e os Bens Terrenos”, uma iniciativa dedicada ao intercâmbio cultural de meados dos séculos XVI e XVII através da circulação de mercadorias em navios portugueses. A exposição é composta por um total de 70 obras, oriundas de instituições e colecções particulares dos Estados Unidos, Portugal, Reino Unido e Brasil, e que destaca um período de ‘internacionalismo’ que deu lugar à insularidade, após a expulsão dos Portugueses do Japão em 1639. 

   A exposição, que estará patente até ao dia 2 de Junho, conta com o apoio da Fundação Luso-Americana e serviu também de cenário à sessão de apresentação do livro “The Dabneys”, no passado dia 21 de Fevereiro.


Mais informações:
http://www.mundoportugues.org/content/1/11061/boston-recebe-exposicao-inovadora-sobre-relacoes-culturais-entre-portugal-japao

Website do Museu e exposição:
McMullen Museum of Art

 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

'Do Japão para o Alentejo'


A organização do Namban 南蛮 1543-2013 vem desta forma dar o contributo na divulgação do livro “Do Japão para o AlentejoA Embaixada Japonesa Tenshö em Vila Viçosa no ano de 1584”, da autoria de Tiago Salgueiro

«No seguimento das ações de divulgação do livro “Do Japão para o Alentejo – A Embaixada Japonesa Tenshö em Vila Viçosa no ano de 1584”, e respondendo ao amável convite da Câmara Municipal de Alandroal, informo que estarei no Fórum Cultural Transfronteiriço desta localidade, no próximo dia 23 (sábado), pelas 16 horas. Irei fazer uma apresentação multimédia sobre o conteúdo da obra e estarão disponíveis exemplares para venda. Conto com a sua presença e agradeço a divulgação!  

Com os melhores cumprimentos, Tiago Salgueiro






sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pelas ruas de Atami

  «Quando estava em Atami, em Setembro de 2012, presenciei esta cena na rua por pura coincidência (ver vídeo). Eu estava a percorrer a marginal a pé na companhia de duas pessoas de Atami, que me estavam a indicar onde estavam plantados os jacarandás que foram oferecidos à cidade pela cidade por Cascais (no âmbito de uma geminação). Eu pretendia ver se os jacarandás ali em Atami estavam floridos, isto porque eu própria vivi muitos anos numa rua de Lisboa cheia deles. O pavimento coberto de lilás e o cheiro da flor são boas recordações para mim. Estava eu então muito contente porque algumas das árvores estavam floridas, e ia filmá-las. As minhas companheiras de passeio estavam a explicar-me que a cidade planeava estender o corredor de jacarandás na marginal, porque alegadamente ficavam todos maravilhados com a época em que floriam intensamente.

   É então que oiço um cântico budista. Conhecia-o muito bem por o ter ouvido noutros lugares onde já tinha passado, mas não esperava uma demonstração daquelas naquele lugar tão...urbano. O monge estava à porta de um estabelecimento comercial com o seu traje de noviço. Em certos sectos budistas os monges fazem uma oração a troco de um donativo. No entanto os meus estudos de religiões do extremo-oriente tinham-me ensinado que esse momento é muito privado: a loja está a ser espiritualmente purificada. Como resistir a filmar? Acabei por inventar uma estratégia menos invasiva. Mantive-me à distância, em silêncio, e no momento em que a lojista se aproxima da porta desviei a câmara, não violando a privacidade da interacção entre ambos nem o momento de recepção da esmola por parte do monge. Assim, as flores do jacarandá acabaram por ser o interlocutor deste pequeno filme, o que acabei por apreciar muito. As flores abertas nas árvores e o seu destino inevitável no chão, pintalgando-o de violeta, pareciam-me então a analogia perfeita para aquele momento. 

  Na vida que passa, no tempo que urge, na marginal que se moderniza, ainda há flores e orações, não estivesse eu no Japão.»


Inês Carvalho Matos
Comissão organizadora - Namban 南蛮 1543-2013